Você já ouviu falar do gene SCN2A? Embora pequeno, ele exerce uma influência gigantesca sobre o funcionamento do nosso cérebro — especialmente durante os primeiros anos de vida. Quando sofre uma mutação, pode desencadear epilepsia precoce, transtornos do desenvolvimento neurológico e condições como o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O SCN2A é um gene localizado no cromossomo 2, responsável por produzir uma proteína chamada Nav1.2, que regula os canais de sódio no cérebro.
Esses canais funcionam como “portas” que controlam os impulsos elétricos entre os neurônios. Quando o gene SCN2A está funcionando corretamente, ele ajuda a garantir a comunicação eficiente entre as células cerebrais.
Mas quando há uma mutação genética, esse processo é afetado — o que pode comprometer o desenvolvimento neurológico desde os primeiros meses de vida.
As mutações no gene SCN2A são classificadas, principalmente, em dois tipos:
1. Ganho de função (GoF)
Nesse caso, os canais de sódio se tornam hiperativos, causando uma descarga excessiva de impulsos nervosos.
Consequências mais comuns:
2. Perda de função (LoF)
Aqui, os canais não funcionam corretamente, limitando os impulsos elétricos entre os neurônios.
Impactos frequentes:
Curiosidade: Estudos indicam que o SCN2A está entre os genes mais associados ao autismo de início precoce e à epilepsia farmacorresistente em crianças.
Os sinais podem variar de acordo com o tipo e gravidade da mutação. Alguns sintomas surgem já nos primeiros meses de vida:
Importante: Muitos desses sinais são confundidos com outras condições neurológicas. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial.
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica neurológica, especialmente quando há epilepsia precoce ou atraso no desenvolvimento sem causa aparente.
Exames indicados:
O exame genético é o único capaz de confirmar a mutação SCN2A e permitir um plano de tratamento mais eficaz e direcionado.
Identificar a mutação ainda nos primeiros anos de vida permite:
Além disso, permite que a família busque apoio junto a associações como a SCN2A Brasil, que oferece orientação, acolhimento e conexão com especialistas.
Embora não exista cura, há tratamentos que ajudam a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Abordagens incluem:
Pesquisas em andamento investigam o uso de terapia genética, modulação de RNA e fármacos de precisão para tratar diretamente a causa da mutação.
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Muitas famílias enfrentam uma verdadeira jornada até chegar ao diagnóstico correto. Por isso, a SCN2A Brasil existe para:
Juntos, podemos dar mais visibilidade a essa condição rara e lutar por melhores políticas de saúde para quem convive com SCN2A.
A mutação SCN2A é rara, mas seu impacto é profundo e real. Quanto mais rápido ela for identificada, maiores são as chances de um tratamento eficaz e de uma vida mais digna para o paciente e sua família.
Se você conhece alguém com epilepsia de difícil controle ou atraso no desenvolvimento infantil, compartilhe este conteúdo. Pode ser o primeiro passo para um diagnóstico salvador.
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